IFRS debate propostas de recuperação do calendário
O Grupo de Trabalho (GT) que estuda alternativas de recuperação das atividades acadêmicas pós-pandemia apresentou propostas para discussão de recuperação das aulas no IFRS. Veja detalhes.
O grupo de trabalho (GT) que trata da recuperação do calendário acadêmico do IFRS, suspenso devido a pandemia Covid-19, encaminhou à comunidade três (3) simulações com alternativas para a recuperação letiva, tendo como referência o reinício das atividades em 4 de junho.
O GT tem participação dos sindicatos e organizações estudantis, além da representação da gestão e do Conselho Superior. O SINDOIF representa o ANDES-SN neste GT, através da participação do Prof. Rafael Brinkhues, do Campus Viamão. Veja a composição do GT aqui.
As Propostas de recuperação para debate no IFRS são organizadas em 3 distintas simulações, sempre prevendo a retomada das atividades presenciais em 4 de junho de 2020.
A 1ª simulação não prevê ensino remoto nem o incremento de sábados letivos, além daqueles já estabelecidos no calendário de cada campus. Para este modelo existem duas alternativas:
- SEM RECESSO: o semestre 2020/1 finalizaria em 29 de setembro e o semestre 2020/2 seria inicializado em seguida e concluído em 5 de fevereiro.
- COM RECESSO: haveria 2 semanas de intervalo entre os períodos letivos, fazendo com que o semestre 2020/2 iniciasse em 13 de outubro e fosse concluído em 19 de fevereiro.
Como a data de início das atividades letivas do próximo ano seria unificada em 26 de abril, o que diferencia as propostas acima é que a primeira prevê férias docentes de 45 dias, porque não haveria interrupção para férias entre os períodos 2020/1 e 2020/2, e a segunda prevê férias de 30 dias.
A 2ª simulação não prevê ensino remoto mas aumenta 2 sábados letivos por semestre, além daqueles já previstos nos calendários originais de cada campus.
Novamente aparecem alternativas com e sem recesso entre os períodos 2020/1 e 2020/2. Na primeira alternativa o ano letivo de 2020 seria encerrado em 23 de janeiro e na segunda alternativa em 09 de fevereiro. Também por conta da exigência legal de 45 dias de férias docentes, a data de início do ano letivo de 2021 seria unificada em 15 de março.
A 3ª simulação prevê 20% de ensino remoto e incremento de 2 sábados letivos por semestre, além da previsão original dos calendários acadêmicos. Importante observar que a proposta pressupõe 20% dos dias letivos como ensino remoto.
Mais uma vez aparecem as alternativas com e sem recesso entre os períodos 2020/1 e 2020/2. Na primeira alternativa o ano letivo de 2020 seria encerrado em 08 de janeiro e na segunda alternativa em 23 de janeiro. Também por conta da exigência legal de 45 dias de férias docentes, a data de início do ano letivo de 2021 seria unificada em 1º de março.
A proposta do SINDOIF para o debate
Para iniciar a avaliação das propostas em debate se faz necessário contextualizar a previsão de retorno em 4 de junho. O SINDOIF entende ser altamente improvável que o retorno ocorra nesta data, uma vez que os números de pessoas que testaram positivo e as mortes notificadas em razão de COVID-19 demonstram não haver perspectiva de controle da pandemia nas próximas três semanas. Somos contrários a um retorno precipitado que não priorize a saúde e a vida de estudantes, servidores e seus familiares, e que possa contribuir para a sobrecarga no sistema de saúde.
Sendo assim, as simulações apresentadas não possuem um efeito prático, em nossa opinião, tendo em vista que o retorno poderá ser adiado por semanas, ou até meses, em relação a data prevista nas propostas em debate.
No que se refere ao retorno das atividades, o ANDES-SN já manifestou-se contrário ao uso indiscriminado de atividades pedagógicas não presenciais para dar conta de mero cumprimento de dias letivos. Uma proposta que prevê 20% de dias letivos remotos não dialoga com a qualidade da educação que sempre defendemos.
Para ampliar o debate, divulgamos uma interessante contribuição de colegas da UFRJ sobre o ensino à distância, intitulado “Em defesa da educação pública comprometida com a igualdade social: porque os trabalhadores não devem aceitar aulas remotas” (leia aqui).
Outra questão relevante para a qualidade de ensino é o incremento de 2 (dois) sábados letivos por semestre no calendário de cada campus. Muitos campi do IFRS já possuem elevada quantidade de sábados letivos em seus calendários originais. Aumentar de forma linear a quantidade de sábados letivos pode ser factível em um campus e ser excessivo em outro. Faltou uma análise sobre o impacto desta proposta em cada campus.
O ANDES-SN está defendendo o cancelamento do atual semestre letivo nas instituições públicas de ensino. O SINDOIF propõe uma alternativa ao cancelamento que dialoga, em nossa visão, com as especificidades do IFRS – em especial com o ensino médio integrado e o proeja, possibilitando, ainda, a necessária manutenção de toda política de assistência estudantil em nossa instituição.
Nossa proposta para debate prevê a transposição do semestre letivo suspenso (2020/1) integralmente para o segundo semestre deste conturbado ano. E a adequação dos períodos letivos ao longo dos próximos anos. Também defendemos o adiamento do ENEM para 2021, como forma de mitigar os efeitos danosos da pandemia junto aos estudantes.
Leia em detalhes a Proposta do SINDOIF para o debate de recuperação das atividades letivas no IFRS.
A proposta que apresentamos para debate, portanto, vem ao encontro de dois pilares na defesa de uma educação de excelência, a garantia da qualidade do ensino e a observância das condições de trabalho adequadas. Com a defesa da recuperação integral dos períodos letivos ao longo dos próximos anos. É uma proposta em construção que está, portanto, aberta às contribuições de toda comunidade escolar do IFRS.