Ciberataques e a insegurança nas atividades remotas
Ataques cibernéticos contra atividades promovidas pelo Campus Restinga do IFRS, Campus Júlio de Castilhos do IFFar e Campus Palmeira das Missões da UFSM têm demonstrado, nas últimas semanas, as fragilidades da segurança digital das instituições federais gaúchas em tempos de debate sobre ensino remoto. Leia detalhes.
Os recentes ataques contra eventos digitais ocorridos em atividades com a temática étnico-racial e de diversidade de gênero no RS indicam a fragilidade das ações das instituições federais em ambiente virtual. Nas últimas semanas, o IFRS, o IFFar e a UFSM foram vítimas da intolerância digital.
No Instituto Federal Farroupilha, no último dia 22 de junho, uma aula online intitulada “Violência contra mulheres trans“, promovida pelo Campus Júlio de Castilhos, foi tomada por manifestações de desrespeito e agressões verbais contra as palestrantes. A Reitoria do IFFar se manifestou em nota (leia aqui).
Nesta semana, na UFSM, durante atividade promovida pelo Campus Palmeira das Missões, em evento que tratava da relação da diversidade étnico-racial nos determinantes sociais e de saúde da população, um grupo invasor interrompeu o debate com agressões de cunho racista e sexual. A reitoria da UFSM lançou nota sobre a violência digital ocorrida no Campus Palmeira (leia aqui).
Também o IFRS Campus Restinga foi vítima de ataques digitais em evento promovido pelo NEABI local no último dia 8. A roda de conversa “Como funciona o racismo, um olhar de moradores da Restinga“, foi invadido por uma quadrilha com postura forma agressiva, buscando interromper o debate. Leia aqui a manifestação da Reitoria do IFRS.
A necessária identificação e punição destes criminosos digitais, a partir da investigação da Polícia Federal e da ação do MPF, é fundamental para preservar a liberdade de ensinar e aprender nas instituições federais de ensino.
A famigerada ideia contida no projeto “Escola Sem Partido”, que foi devidamente desautorizado pelo STF, agora busca se reformatar promovendo ataques em plataformas digitais contra trabalhadores/as em educação, estudantes e nossas comunidades.
O fundamento contido nas agressões digitais busca ofender o direito à liberdade de manifestação nos ambientes acadêmicos e atacar, essencialmente, as políticas de inclusão socioeconômicas, de raça e de gênero que as instituições federais implantaram em anos recentes.
Ataques cibernéticos e ensino remoto
O SINDOIF reforça sua preocupação com as questões de segurança de docentes e estudantes em ambientes digitais. Recentemente publicamos texto sobre motivos para lutar contra o ensino remoto (leia aqui). No texto destaca-se a a preocupação com ciberataques, não apenas em atividades ‘ao vivo’, como foram os casos recentes no IFFar, na UFSM e no IFRS.
Nossa preocupação se estende a todo tipo de “atividade pedagógica não presencial”, incluindo vídeos que possam ter seus conteúdos adulterados a partir de softwares que manipulem imagem e áudio. Acrescente-se, ainda, a possibilidade de uso indevido de informações pessoais ou institucionais por parte de indivíduos que queiram, inclusive, comercializar informações e dados de docentes e estudantes.
Qual a segurança que as instituições federais de ensino podem garantir para o uso de plataformas digitais na educação remota?
Atualização: poucas horas após publicarmos o presente texto, em 09/7, a roda de conversa “Gênero e Sexualidade nos Institutos Federais“, organizado pelo Campus Porto Alegre do IFRS, foi atacada a partir de agressões e baixarias que forçaram a organização do evento a trocar a plataforma de acesso para evitar danos aos participantes. É urgente organizar ações de defesa em relação a estes tipos de ataques.