Docentes defendem retorno presencial somente após imunização
Em assembleia geral online realizada na quinta, 28, professores e professoras da base do ANDES-SN no IFRS apontaram a necessidade de construção de uma greve sanitária caso o governo federal determine a volta presencial antes da imunização. Leia detalhes.
A assembleia docente que foi convocada pelo SindoIF para debater a proposta de retorno do calendário acadêmico na modalidade semipresencial ou híbrida e o indicativo de greve sanitária do ANDES-SN, iniciou sob o impacto das 14 mortes por Covid-19 de servidores do IFAM em 2021.
Com a presença de professoras e professores de todos os 7 campi que compõem a mesorregião metropolitana de Porto Alegre, a assembleia iniciou com informes da diretoria da seção sindical. Dentre os informes, destaca-se a reunião agendada para o próximo dia 03 de fevereiro entre os sindicatos e o Reitor do IFRS, justamente para debater o tema do retorno do calendário acadêmico com previsão de atividades presenciais, conforme consta na minuta enviada ao Conselho Superior.
O tema central debatido na assembleia foi a proposta de minuta enviada pelo GT do Retorno do Calendário Acadêmico ao Consup. Leia aqui o documento, que deve ser apreciado pelo Conselho Superior no início de fevereiro.
No começo do debate do tema do retorno semipresencial ou híbrido, a colega Andressa Schneider (Campus Osório), que representou o ANDES-SN no GT do Retorno do Calendário Acadêmico, contextualizou os debates no referido grupo de trabalho, que culminaram com o envio de uma proposta que prevê, dentre outros aspectos, a abertura dos campi sem que haja garantia de imunização prévia da comunidade escolar.
A Profª Andressa apontou que as representações do ANDES-SN, ASSUFRGS e SINASEFE se colocaram contrárias ao retorno presencial no atual momento, enquanto a representação da ADUFRGS não apenas apoiou a minuta como tentou flexibilizar a possibilidade de retorno presencial, apresentando sugestão de uso de laboratórios por estudantes em final de curso, sob supervisão de docentes ou técnicos, independentemente da vacinação da comunidade.
Aberto os debates, todas e todos presentes se manifestaram contra o retorno do calendário acadêmico no formato apresentado na minuta. A opinião majoritária é que a Resolução das Atividades Pedagógicas Não Presenciais (APNP), ora vigente, deva ser mantida enquanto não houver a imunização indicada pelas equipes técnicas do SUS que atendem as comunidades onde estão inseridos os campi do IFRS.
Após os debates que duraram cerca de 1h30min, foi construído um encaminhamento de consenso que foi aprovado pela assembleia, com o seguinte teor:
- Reafirmamos à comunidade do IFRS nosso compromisso com a retomada das atividades de educação pública, gratuita, de qualidade, inclusiva e socialmente referenciada, no formato presencial, assim que houver condições sanitárias de controle da pandemia que garantam a saúde e a segurança de todas e todos em nossa instituição.
- As condições sanitárias e de segurança à saúde, necessárias para viabilizar qualquer possibilidade de retomada de atividade presencial, incluem a imunização prévia da comunidade de cada campus e da Reitoria, de acordo com as orientações da equipe técnica do SUS.
- Antes do retorno de qualquer atividade no formato presencial é fundamental que o IFRS garanta a realização das adequações físicas e ambientais necessárias para o controle da pandemia, em cada campus e na Reitoria, como forma de ampliar a segurança sanitária de todos e todas, em um cenário onde o vírus seguirá presente mesmo após a vacinação.
- Defendemos a manutenção das Atividades Pedagógicas Não Presenciais (APNP) no IFRS até que haja vacinação para todos integrantes da comunidade que devam ser imunizados, de acordo com a recomendação das autoridades sanitárias e da equipe técnica do SUS.
A partir da conclusão que o retorno presencial somente será possível com condições sanitárias que garantam a saúde de toda a comunidade acadêmica, sobretudo com a vacina, a assembleia apreciou o último ponto de pauta, que tratava de indicativo que será remetido para a Reunião dos Setores do ANDES-SN que irá ocorrer em 06 de fevereiro. Após o debate, a decisão foi a seguinte:
A assembleia geral do SindoIF SSind aprovou por unanimidade entre os presentes o indicativo de GREVE SANITÁRIA, caso o governo federal insista em determinar o retorno presencial das atividades de educação sem garantir a imunização da comunidade acadêmica em níveis cientificamente adequados.
Nosso sindicato só irá admitir o retorno presencial após a imunização da comunidade escolar em níveis cientificamente aceitáveis, garantindo a segurança sanitária de docentes, técnico-administrativos, terceirizados, estudantes e de seus familiares. Queremos muito voltar ao ensino presencial porque entendemos que esta é a modalidade que melhor garante uma educação de qualidade, inclusiva e socialmente referenciada – como sempre defendeu nosso Sindicato Nacional em seus 40 anos de história. Mas não podemos e nem devemos voltar sem segurança sanitária.
Agora caberá a diretoria da seção sindical remeter a decisão da assembleia para o debate que irá ocorrer na reunião de setores do ANDES-SN no próximo dia 6.
Sindicato é pra lutar, não para assistir! Venha conosco! Sindicalize-se!