Docentes da USP iniciam greve e realizam manifestação
Os docentes da Universidade de São Paulo (USP) iniciaram, nessa terça-feira (29), uma greve em defesa da educação pública e por reajuste salarial que compense as perdas da categoria nos últimos anos. Nesta quarta-feira (30), foi a vez dos docentes da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) entrarem em greve. Os docentes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) realizaram paralisação nos dois dias e mantém estado de mobilização.
O primeiro dia de greve na USP foi marcado por uma manifestação que reuniu docentes, servidores técnico-administrativos em educação e estudantes em frente à reitoria da universidade, no campus Butantã, na capital paulista. Apesar do esvaziamento provocado pela decisão da reitoria de suspender as aulas de graduação (em razão do movimento dos caminhoneiros e consequente crise do abastecimento de combustíveis) e ao mesmo tempo de não suspender o trabalho dos funcionários, o ato do Fórum das Seis reuniu centenas de manifestantes e expressivo número de docentes de diversas unidades. Eblin Farage, presidente do ANDES-SN, participou da mobilização.
Do lado de dentro do prédio, o Conselho Universitário (CO) se reunia para deliberar sobre o reajuste salarial de docentes e servidores. O CO aprovou, por 56 votos favoráveis, seis contrários e 26 abstenções a proposta do Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) de reajuste salarial de 1,5% para docentes e funcionários técnico-administrativos na presente data-base. Os 56 votos representam apenas 47% do total de 119 membros do Conselho.
A reunião do Cruesp com o Fórum das Seis, marcada inicialmente para a manhã desta quarta, foi cancelada por conta da não realização da reunião do Conselho Universitário da Unicamp, devido à greve dos caminhoneiros. Os docentes reivindicam reajuste de 12,6% para USP e Unicamp, e de 16% para a Unesp, por conta de defasagens anteriores. Os servidores técnico-administrativos da Unicamp e da Unesp também deflagraram greve, e os servidores da USP paralisação nos dias 29 e 30.
Rodrigo Ricupero, presidente da Associação dos Docentes da USP (Adusp – Seção Sindical do ANDES-SN), ressalta que a reitoria da USP insistiu em apresentar ao Conselho Universitário o índice de reajuste de 1,5%, já rejeitado pela categoria. “Como a reunião com o Cruesp foi cancelada vamos seguir dando continuidade à nossa luta, preparando mobilizações para pressionar o Cruesp a negociar um reajuste que não seja ruim para a categoria”, avaliou.
Com informações de Adusp-SSind, Adunicamp-SSind e Adunesp-SSind. Imagem de Adusp-SSind.