Candidato quer cobrar pela educação pública e escolher reitores

Por sindoif

Candidato na eleição presidencial do próximo domingo (28), Jair Bolsonaro defende cobrança de mensalidades e fim da eleição para Reitor.

A equipe que prepara o programa de governo do candidato Jair Bolsonaro (PSL) quer instituir a cobrança de mensalidades em universidades e institutos federais. Pela proposta, recursos arrecadados formariam um fundo para ajudar no financiamento das instituições. Embora tenha aceitação maciça no grupo, a recomendação é falar pouco sobre o plano. O receio é de que a divulgação provoque polêmica e atrapalhe o desempenho eleitoral do candidato.

Em 2017, um documento batizado de “Um ajuste justo – propostas para aumentar eficiência e equidade do gasto público no Brasil”, o Banco Mundial já havia sugerido acabar com a gratuidade do ensino superior. “A recomendação permanece. O modelo atual é insustentável”, afirmou o coordenador da área de Desenvolvimento Humano do Banco Mundial, Pedro Olinto.

Na época da divulgação, a recomendação do Banco Mundial provocou uma grande polêmica. “Os dados são questionáveis. A começar pela produtividade”, afirma o presidente da Andifes, Reinaldo Centoducatte. Ele observa que, no orçamento das universidades federais, é incluído o gasto com servidores aposentados. Algo que acaba consumindo cerca de 20% de todos os recursos.

A equipe que prepara o plano de governo do candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, também tem em mãos o calendário de escolhas dos reitores e um estudo sobre quem é quem nas instituições de ensino superior para servir de análise, em um eventual governo, em relação aos escolhidos pela comunidade acadêmica.

Presidente do Sindicato dos Docentes das Instituições Federais de Ensino Superior (ANDES-SN), Antonio Gonçalves Filho afirma que vê com preocupação essa “possibilidade” de nomeação. “Eu espero que não seja essa a proposta, mas desconfio que esses interventores sejam indicados para calar a universidade, que é o ambiente da crítica”, avalia. Ele observa que o artigo 207 da Constituição de 1988 estabelece que as instituições têm autonomia administrativa e de gestão financeira e patrimonial. Também ressalta que o problema “maior” enfrentado pelas universidade é da perda de recursos nos últimos anos. “Não se pode ferir ainda mais a autonomia, que foi uma conquista. Vai ter resistência“, promete.

Fonte: Estadão.

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