Entidades divulgam carta sobre ataques às instituições de ensino
Sindicatos e movimento estudantil se manifestam em defesa das liberdades democráticas e das instituições públicas de ensino superior.
ANDES-SN, FASUBRA, SINASEFE, UNE, FENET e ANPG divulgaram, nesta sexta-feira (26), uma carta aberta à sociedade brasileira e à comunidade acadêmica para denunciar os ataques contra a Universidade Pública Brasileira, orquestrados por meio de ações da Justiça Eleitoral, que em alguns casos foram acompanhadas pela Polícia Militar ou Polícia Federal.
O documento destaca que “desde o fim do primeiro turno das eleições gerais no Brasil, a violência, o ódio e as ações de perseguição contra LGBTTI, mulheres, jovens, negros/as tem se intensificado, assim como os ataques à liberdade de expressão nas Universidades Públicas”.
As entidades denunciam os casos de agressões e violências, físicas e verbais, dentro das Universidades Públicas. “Além de um conjunto de Fake News que visam desmoralizar as instituições públicas e o funcionalismo público”, acrescentam.
As entidades, que representam docentes, técnicos e estudantes das instituições federais de ensino, reafirmam o compromisso intransigente com as liberdades democráticas, em defesa das instituições públicas de ensino superior e da organização autônoma dos trabalhadores dessas instituições.
“Nossas instituições, ao longo de todo o seu histórico, defenderam as bandeiras da democracia, das liberdades, da defesa dos direitos dos grupos marginalizados, da liberdade de expressão e da autonomia das instituições públicas de ensino. Sempre nos colocamos contra o autoritarismo, a ditadura e o fascismo. Nesse momento histórico do Brasil, em que o país está polarizado entre projetos políticos distintos, reafirmamos nossas posições históricas. Por isso mesmo, estamos sendo perseguidos”, declaram.
Na avaliação das entidades, o objetivo dos ataques é desmoralizar a educação pública, como já vem ocorrendo desde 2016. “Não vão nos calar! Não vamos recuar! Continuaremos nas ruas em defesa das políticas públicas, das universidades e das liberdades democráticas!”
A carta ainda questiona o posicionamento da Justiça Eleitoral, que considerou que faixas com a expressão “antifascistas” atacam o candidato Jair Bolsonaro. “Neste caso, não deveria a justiça tomar medidas contra o fascismo? Por que, em um Estado Democrático de Direito, como estabelece a Constituição Federal de 1988, perseguir os que se colocam contra o fascismo?”, perguntam.
As entidades ainda denunciam a proibição de panfletos, debates e palestras que abordem temas como democracia, eleições e se proponham a explicar o que é o fascismo. Nesta quinta-feira (25), diversas instituições foram notificadas pela justiça eleitoral.
“Nas ruas e nas lutas, nossas entidades foram construídas e aí continuaremos. Nossas lutas não se encerram no dia 28 de outubro com o segundo turno. Ao contrário, após derrotar nas urnas o projeto contrário à educação pública e às liberdades democráticas vai permanecer o desafio de defender nas ruas a Universidade Pública e a democracia”, concluem.
Confira a carta na integra aqui.