Parlamentar faz gesto ameaçando dirigente do ANDES-SN
O deputado federal Eder Mauro (PSD/PA) fez com a mão gesto como quem iria dar tiros no Prof. Cláudio Mendonça, dirigente do ANDES-SN.
A ameaça aconteceu na tarde de terça-feira (13), durante a sessão da Comissão Especial de Educação da Câmara Federal. A comissão aprecia o PL 7180/14, que impõe censura à atividade docente. Além dos gestos que remetem a uma arma, o deputado chamou o dirigente do ANDES-SN de “bandido”.
Cláudio Mendonça é dirigente do ANDES-SN e participava da sessão representando, além da entidade, a frente nacional Escola Sem Mordaça. Esta frente congrega entidades ligadas à educação e contrárias ao que o “Escola Sem Partido” defende.
O PL foi pautado na Comissão durante a manhã desta terça (13), mas a sessão foi suspensa, em razão do início dos trabalhos no plenário da casa. Por volta das 14h30, a Comissão retomou os trabalhos. A atuação dos parlamentares da oposição, dos sindicatos e movimentos sociais contrários ao PL conseguiu adiar a apreciação do parecer do relator, deputado Flavinho (PSC-SP). O tema deve ser pautado na próxima semana.
Para o ANDES-SN, o gesto do parlamentar foi um ato de violência, na tentativa de intimidar e ameaçar quem se opor a seus projetos. “Trata-se de uma ameaça à democracia, à cidadania e à liberdade de expressão”, pontua a direção do Sindicato Nacional.
O ANDES-SN repudia todo e qualquer tipo de ameaça e adotará as medidas cabíveis que protejam seus dirigentes e a sua base. “O enfrentamento ao discurso de ódio contra professores/as, escolas e universidades deve ser feito de forma incisiva e unificada”, sustenta a direção do ANDES-SN. Veja a Nota em Repúdio às Ameaças sofridas por Dirigente do ANDES-SN.
Votação do PL Escola sem Partido na Câmara dos Deputados é adiada
A votação do Projeto Escola sem Partido foi adiada nesta terça-feira (13). O PL esteve na pauta da Comissão Especial da Câmara de Deputados na parte da manhã e da tarde.
Ao longo da manhã, os deputados da oposição questionaram a condução dos trabalhos da mesa. Já os deputados que apoiam o projeto, interrompiam constantemente as falas, o que gerou um clima de confusão entre os parlamentares.
Na parte da tarde, a atuação dos parlamentares da oposição, dos sindicatos e movimentos sociais contrários ao PL conseguiu adiar a apreciação do parecer do relator, deputado Flavinho (PSC-SP). O tema deve ser pautado na próxima semana. A sessão foi suspensa no início da tarde, sem ter sido feita a leitura do parecer. Os trabalhos tiveram de ser interrompidos porque foi aberta a sessão no plenário principal da Câmara.
Muitas pessoas foram impedidas de entrar na Câmara, devido à lotação do plenário. O corredor de acesso à sala foi bloqueado por cordas e duas policiais legislativas barravam a passagem de visitantes.
Representantes de sindicatos ligados à educação estiveram presentes no plenário da comissão para acompanhar a votação.
Para o 2º tesoureiro do ANDES-SN e membro da coordenação do Grupo de Trabalho de Política Educacional (GTPE), Cláudio Mendonça, “as entidades, que estavam presentes, cumpriram um papel importante. Primeiro, ao tentar mostrar mais uma vez, o caráter antidemocrático, fascista deste projeto que tenta cercear as liberdades dos docentes e colocar nas costas dos docentes a responsabilidade, que cabe ao Estado, dos problemas graves que a educação brasileira possui”. O diretor do ANDES-SN afirmou que as entidades irão aguardar o retorno dos trabalhos na Comissão e que continuarão a manifestação contra o projeto.
No parecer do relator, além das proibições aos professores de escolas públicas e privadas da educação básica, proíbe-se, no ensino no Brasil, o uso dos termos “gênero” ou “orientação sexual”.
Fonte: ANDES-SN