Polícia civil agride e prende professora do IFG

Por sindoif

Na segunda-feira, 15/4, a professora Camila Marques dava aula para uma turma de ensino médio integrado no Campus Águas Lindas, do Instituto Federal de Goiás, quando foi abordada pela polícia civil que foi chamada pelo Diretor Geral do campus. Saiba mais sobre a arbitrária abordagem e prisão da Profª Camila em sala de aula.

A professora Camila Marques, integrante da Direção Nacional do Sinasefe, foi abordada e presa pela polícia civil do estado de GO na segunda, 15, em sala de aula no Campus Águas Lindas. A seguir reproduzimos na íntegra a Nota Oficial do Sinasefe sobre o caso.

Na manhã desta segunda-feira (15/04) a professora do campus Águas Lindas-GO do IFG, Camila Marques, foi presa pela Polícia Civil de Goiás. A situação foi criada pela atuação truculenta dos policiais ao levarem estudantes, menores de idades, para a delegacia por um suposto envolvimento no planejamento de atos ilícitos. Cabe ressaltar, no entanto, que os estudantes levados estiveram ativamente envolvidos em atividades recentes em defesa da Rede Federal, defesa dos direitos estudantis e denunciando os feminicídios na região de Águas Lindas-GO. Ou seja, tais acusações foram pretexto para a intimidação de estudantes e trabalhadores que lutam pelo direito à educação e pela vida digna.

A professora Camila Marques, que é coordenadora geral do SINASEFE desde maio de 2018, é uma lutadora incansável pelos direitos da classe trabalhadora. Sua postura foi de se posicionar em defesa dos estudantes quando se deparou com a situação absurda na escola em que trabalha, registrando a ação dos agentes públicos com seu telefone celular (filmando e fotografando a abordagem no interior do campus). Persistindo no registro da ação, Camila foi comunicada de que seria levada à delegacia na condição de testemunha. No momento em que Camila se recusou a entrar numa viatura descaracterizada e estava solicitando assistência jurídica, ela teve o celular arrancado de suas mãos à força, foi algemada e colocada no carro violentamente. A justificativa para a prisão: “desobediência”.

Tal acontecimento é a expressão dos tempos atuais, quando os donos do poder se acham no direito de passar por cima dos preceitos constitucionais e democráticos autuando todos que considerem ser contrários aos seus interesses. Esse clima de terror criado pelos órgãos de repressão do Estado, repercutido por inúmeros cidadãos, caminha no sentido de banalizar a vida e as perspectivas de uma sociedade civilizada.

Infelizmente os gestores do IFG e do campus não se posicionaram de maneira veemente contra tais arbitrariedades. Ficaram, assim, passivos diante da quebra da autonomia da instituição.

O SINASEFE se manifesta radicalmente contrário à intervenção policial truculenta no IFG, repudia veementemente a prisão da educadora e dirigente sindical Camila Marques e cobra um posicionamento dos responsáveis diante dos atos de violência institucional.

Em defesa da Rede Federal e da educação pública como direito universal! DN do SINASEFE“.

O ANDES Sindicato Nacional também emitiu uma nota oficial de solidariedade com o Sinasefe e com a Profª Camila, no mesmo dia dos acontecimentos. Leia aqui a nota do ANDES-SN.

Veja também o vídeo em que Camila Marques relata o ocorrido. O Sindoif ANDES IFRS enviou mensagem de solidariedade ao Sinasefe Nacional e irá denunciar, em suas mídias, tanto a postura vexatória dos gestores do IFG quanto os atos fascistas ocorridos no Campus Águas Lindas.

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