Bolsonaro nomeia ‘amigo do Bibo’ como interventor na UFRGS

Por sindoif

O Prof. Carlos Bulhões, último colocado na recente consulta para Reitor da UFRGS, foi nomeado como interventor daquela universidade pelo governo Bolsonaro, atendendo pedido do Deputado Federal Bibo Nunes. Leia manifestação do SINDOIF.

O DOU desta quarta, 16, trouxe a nomeação do Prof. Carlos Bulhões para ocupar o cargo de Reitor da UFRGS nos próximos 4 anos, com mandato que se inicia em 21 de setembro.

O prof. Bulhões concorreu à consulta para Reitor naquela universidade, tendo sido o menos votado pela comunidade acadêmica. Foi o menos votado entre os docentes, entre os estudantes e entre os técnico-administrativos em educação. Como consequência de sua precária aceitação nas urnas, foi também o menos votado no Conselho Universitário, ficando em último lugar na lista tríplice.

Mas o Prof. Bulhões recebeu o apoio do Deputado Federal Bibo Nunes (PSL) em sua empreitada para assumir o cargo, ainda que à revelia da opinião majoritária da comunidade da UFRGS. Nessa sinergia entre Bibo e Bulhões é que se constituiu o processo de intervenção anunciado na UFRGS.

A fórmula “Bibulhões” entra para a história da maior instituição federal de ensino do estado como a 2ª intervenção na UFRGS desde a redemocratização. A outra ocorreu em 1988, quando ainda existia lista sêxtupla.

A seguir, reproduzimos a manifestação da Diretoria do SINDOIF SSIND – Seção Sindical do ANDES-SN no IFRS com respeito ao processo de intervenção ocorrido naquela universidade.

MANIFESTAÇÃO CONTRA A INTERVENÇÃO NA UFRGS

O SINDOIF – Seção Sindical do ANDES-SN no IFRS – vem manifestar sua solidariedade com a comunidade acadêmica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul que foi surpreendida, em 16 de setembro de 2020, com um processo de intervenção perpetrado pelo governo Bolsonaro.

A nomeação do Prof. Carlos Bulhões fere os princípios da autonomia universitária e gestão democrática, por ter sido o candidato menos votado no processo eleitoral da UFRGS em todos os segmentos da comunidade acadêmica.

Nada justifica a nomeação de um candidato que foi amplamente rejeitado por docentes, por estudantes e por técnico-administrativos em educação, e que será Reitor apenas por ter a preferência pessoal do Deputado Federal Bibo Nunes, uma figura sem qualquer relação com a educação, com a ciência e com comunidade daquela universidade.

Os professores e as professoras da base do ANDES Sindicato Nacional no IFRS manifestam, uma vez mais, a defesa intransigente da autonomia universitária tal como consta na Constituição Federal, sem a necessidade de qualquer lei para delimitar o seu alcance. Hoje a UFRGS sofre as consequências do discurso da legalidade, perpetrado por quem apassivou o movimento sindical e não teve coragem de acabar com a lista tríplice e com a vergonhosa proporção de 70/15/15.

Neste momento de profunda tristeza para a comunidade acadêmica da UFRGS e para todas as instituições de ensino, no RS e do país, os docentes vinculados ao ANDES-SN no IFRS conclamam a todas e todos para lutar contra qualquer intervenção em universidade, instituto federal ou CEFET. As professoras e os professores do SINDOIF estarão nesta luta!

Sindicato é pra lutar, não para assistir!

Fora Bolsonaro! Fora Mourão! Fora Bibulhões!

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