Nota de repúdio ao racismo institucional no IFRS

Por sindoif

Diante dos acontecimentos ocorridos em 24 de novembro, em Bento Gonçalves/RS, durante o 8º Salão de Ensino, Pesquisa e Extensão do IFRS, o SINDOIF Seção Sindical do ANDES-SN manifesta seu repúdio às práticas de racismo institucional que subsistem nas universidades, institutos federais e CEFETs, refirmando o compromisso de nosso Sindicato Nacional no combate ao racismo e todas as formas de opressão.

Além da presente nota de repúdio, o sindicato colocou sua assessoria jurídica à disposição da colega docente e das estudantes ofendidas e encaminhará requerimento administrativo ao Reitor do IFRS, Prof. Júlio Heck, solicitando providências para a devida reparação e para a construção de ações que enfrentem o racismo institucional no IFRS.

 

NOTA DE REPÚDIO

A Seção Sindical do ANDES-SN no IFRS (SINDOIF S. SIND) manifesta seu mais veemente repúdio à situação de racismo institucional recentemente denunciada – além do lamentável exemplo pedagógico – e que teve como vítimas a professora Giselle Maria Santos de Araújo e três estudantes do Campus Alvorada, suas orientandas, quando se encontravam no 8º Salão de Ensino, Pesquisa e Extensão do IFRS.

Ações categóricas e contundentes, eivadas de soberba, interromperam um momento formal, ápice da nossa instituição, constrangendo colegas e estudantes. Essas não são ocorrências cotidianas do nosso fazer profissional. Ao relato de constrangimento a que foram submetidas a professora e suas estudantes, soma-se o desrespeito ao trabalho e à autonomia da banca avaliadora que já havia consentido com o formato de apresentação sugerido pela docente orientadora. Uma exposição pública dessa monta, a despeito de equívocos de compreensão que possam ter sido cometidos, exige um nível de empoderamento que reproduz percepções de lugar e de subalternidade.

Recentemente o governo federal saiu de uma era de semeadura de discórdias em nome de uma tradicional elite. Um governo que primou pela reafirmação de preconceitos que foram a base de poder dessa elite brasileira. O último quadriênio foi marcado pela tentativa de institucionalização de males. Não queremos crer que a vileza tenha prosperado no interior da nossa instituição.

O crescimento de casos de racismo no IFRS não pode passar sem que suas causas sejam profundamente analisadas, para que episódios como este não venham a se repetir. E, em caso de confirmação de dolo, que as pessoas envolvidas sejam responsabilizadas na forma da lei.

A veemente rejeição e o combate a todos os preconceitos e opressões é dever e pré-condição do exercício da educação pública, de seu caráter democrático e da formação consciente de suas e seus estudantes. O SINDOIF se coloca contrário a toda forma de opressão e manifesta sua inequívoca solidariedade com a colega docente e com as estudantes do Campus Alvorada.

A construção do Brasil foi marcada por secular e injusto processo de distribuição de condições de subalternidade e privilégio. A inerente injustiça nisso evolvida têm, entre outras motivações, uma de caráter relacionado à cor da pele em conjugação com a classe social. A não reversão desse mal histórico levou ao que conhecemos como racismo estrutural. Sabe-se, portanto, o quão difícil é a correção de rumo para a construção de uma sociedade igualitária, equânime e que compreenda que COM RACISMO NÃO HÁ DEMOCRACIA, situação que nos exige contínua ação coletiva e autodisciplina para superação de todas as formas de opressão.

 

COM RACISMO NÃO HÁ DEMOCRACIA!

Seção Sindical do ANDES Sindicato Nacional no IFRS

SINDOIF S. SIND – mandato 2022-2024

 

Compartilhe nosso conteúdo