Retrospectiva da luta: a unidade no serviço público, as mobilizações de rua e a pandemia
Pandemia da COVID-19
O ano de 2021 foi marcado pela tragédia da pandemia, acentuada pela incompetência do governo Bolsonaro com a atenção à saúde no país, finalizando o ano com cerca de 620 mil mortos no Brasil.
É preocupante a aceleração de contaminação e mortes que se observa no inverno do hemisfério norte neste final de ano, com a curva da pandemia com um desenho muito similar ao final de 2020 em países como EUA, Reino Unido, Itália e Rússia. Nos últimos 30 dias foram cerca de 38 mil mortos nos EUA e 31 mil mortos na Rússia (veja o gráfico da Johns Hopkins em 23/12/2021 ou acesse aqui para ver as informações atualizadas).
No Brasil a pandemia desacelerou neste final de 2021, como aconteceu no final do ano passado, registrando cerca de 4.500 mortes nos últimos 30 dias. É urgente, no entanto, que se acelere a dose de reforço nos adultos e se inicie a vacinação de crianças antes do inverno no hemisfério sul em 2022.
Neste cenário é preocupante a postura do governo Bolsonaro e de seu ministro da saúde, que apesar da liberação da vacinação para crianças a partir de 5 anos, insiste em retardar esse processo apenas para agradar o movimento antivacina.
A volta das mobilizações de rua
O ano marcou a retomada das mobilizações de rua, com a luta pelo Fora Bolsonaro e Mourão unificando diferentes setores do campo da esquerda, centrais sindicais e movimentos sociais. Leia aqui matéria sobre a mobilização de 2 de outubro em Porto Alegre e no país.
Entre maio e outubro foram inúmeras ações de rua que, no entanto, foram desacelerando na medida em que se aproximava o final do ano e entrava na pauta dos partidos a definição de candidaturas e alianças para a eleição presidencial de 2022.
Novamente é preocupante a fragmentação das centrais sindicais e seus efeitos nas mobilizações de rua em todo país. É cada vez mais urgente um processo de reorganização da classe trabalhadora que permita romper com esta fragmentação criada por centrais que servem, via de regra, a interesses partidários.
A luta contra a PEC 32
O ponto positivo do ano para o serviço público foi a unidade forjada na luta contra a PEC 32. A volta do protagonismo do FONASEFE, em substituição a postura inicialmente vacilante das centrais sindicais, propiciou uma unidade na luta que não se via desde a grande greve do serviço público em 2012.
No RS foi criada a Frente do Serviço Público (FSP/RS) que reuniu sindicatos e centrais sindicais em ações coletivas contra a PEC 32. As mobilizações em regiões do estado, descentralizando a luta a partir da base de deputados favoráveis a PEC 32, foram fundamentais para pressionar parlamentares e dialogar com a população.
A FSP/RS fez intervenções em outdoors, propaganda em mais de 30 rádios em todo o estado, contratação de serviço de carro de som para percorrer a periferia da região metropolitana da capital, entre outras ações e atividades contra a PEC 32.
O SindoIF esteve presente em todas estas ações, contribuindo para a propaganda unificada no rádio, participando das atividades de instalação temporária de faixas em locais de grande circulação, instalando outdoors nas 3 bi-semanas unificadas da FSP/RS (colocando outdoors em todas as regiões de nossa base) e contratando um outdoor digital, junto com o ANDES/UFRGS e a Regional RS, no centro de Porto Alegre (veja a imagem).
Foram 15 semanas de caravanas à Brasília, onde o ANDES Sindicato Nacional sempre esteve presente. O SindoIF integrou em duas oportunidades a Comissão Nacional de Mobilização (CNM) do ANDES-SN, com o Prof. André Martins (Campus Porto Alegre), em novembro, e com a Profª Milene Quadros (Campus Viamão), em dezembro. A Profª Manuela Finokiet (Campus Alvorada) também participou da caravana como 2ª Vice Presidenta da Regional RS de nosso Sindicato Nacional.
Perspectivas para 2022
No final de janeiro teremos o Fórum das Resistências em Porto Alegre e, em março, o 40º Congresso do ANDES-SN que também será sediado na capital gaúcha.
A ideia é fortalecer a unidade na luta construída no enfrentamento à PEC 32 para viabilizar mobilizações e greves contra a política de Bolsonaro, Mourão e Guedes. Em especial após a aprovação do orçamento de 2022 que prevê reposição salarial apenas para servidores da segurança pública, excluindo todas as demais carreiras.
O ANDES-SN seguirá defendendo a educação pública e exigindo a recomposição do orçamento das universidades, institutos federais e CEFETs.
Venha conosco, se você é docente e radical seu lugar é no ANDES Sindicato Nacional. Boa luta em 2022!