Serviço público federal prepara Greve Unificada para o início de 2022
No final de 2021, após ficar claro que o governo não conseguiria votar a PEC 32, o FONASEFE – fórum que reúne as entidades representativas do serviço público federal – iniciou a organização de uma Greve Unificada do Funcionalismo Público Federal para 2022.
Quer ingressar no ANDES-SN? Sindicalize-se online aqui.
A campanha unificada contra a PEC 32 estabeleceu as bases para a unidade de ação das entidades do serviço público nas 3 esferas – federal, estadual e municipal. Durante 15 semanas consecutivas, entre setembro e dezembro de 2021, sindicatos fizeram caravanas à Brasília para pressionar parlamentares contra a PEC 32.
O ANDES-SN esteve presente em todas as semanas de mobilizações na capital federal e o SindoIF enviou professores e professoras de sua base para participar das atividades e também para compor, em duas oportunidades, a Comissão Nacional de Mobilização do ANDES.
A partir da aprovação do orçamento de 2022 no Congresso, na semana anterior ao natal, com a definição de reposição salarial apenas para as forças de segurança no âmbito federal, deixando todas as demais categorias sem qualquer perspectiva de recomposição, o FONASEFE chamou uma coletiva de imprensa para 27/12. Na coletiva anunciou os preparativos para a Greve Unificada do Funcionalismo Público que deverá ter na pauta as questões salariais e também a imediata revogação da Emenda Constitucional nº 95/2016, o famigerado “Teto dos Gastos”.
Na coletiva de imprensa do FONASEFE, David Lobão, atual presidente do Sinasefe, destacou a importância da unidade para planejar uma paralisação contra a desvalorização das demais categorias, que também aguardam receber um reajuste.
“Todas as servidoras e todos os servidores públicos estão com a perda salarial alta. A maioria está sem reajuste desde 2017, com perdas que ultrapassam 50%. Nós achamos que todos nós merecemos a reposição salarial, queremos que seja para todos e todas, porque nós sofremos com inflação”, ponderou Lobão.
Rivânia Moura, presidenta do ANDES Sindicato Nacional, chamou a atenção para a importância de discutir esse momento, reunindo diversas entidades sindicais do funcionalismo público, tratando deste assunto. Rivânia também destacou que o ANDES-SN tem discutido, em diversas atividades, sobre a necessidade de uma greve geral, contra os cortes de orçamento para educação pública e também com o objetivo de barrar PEC 32.
“Quando falamos de reposição salarial, estamos falando de qualidade de serviço prestado, da condição que esse serviço chega ao público. Esse movimento também é uma pauta em defesa do serviço público e é por isso que estamos discutindo esse tema ainda em 2021 para que iniciemos 2022 com nossas deliberações acertadas. Vamos deflagrar uma greve unitária das servidoras e dos servidores públicos do Brasil, vamos parar e dizer que não aceitamos todo o processo de deterioração dos nossos salários, das nossas condições de trabalho e do serviço público como direito de todos os brasileiros” frisou Rivânia.
Cabe lembrar que professores e professoras das universidades federais, dos institutos federais e dos CEFETs estão sem qualquer reposição salarial desde 2019, quando receberam percentuais que variaram entre 0,1% a 3%, dependendo do posicionamento na carreira, e que eram muito inferiores à inflação da época. A inflação acumulada desde então é de 49,5%, medida pelo IGP-M. Outros segmentos do funcionalismo, como é o caso de nossos colegas técnico-administrativos em educação, acumulam perdas ainda maiores.
O congelamento salarial de servidoras e servidores foi estendido até dezembro de 2021 pela Lei Complementar 173/2020, que regulou o auxílio a Estados e Municípios na pandemia. A lei também suspendeu a realização de concursos públicos e de alterações nas carreiras que impliquem em aumento da despesa de pessoal.
Para o ANDES Sindicato Nacional, o congelamento salarial expressa um ataque frontal aos serviços públicos brasileiros e à categoria docente, cuja importância tem se mostrado vital à população brasileira neste momento de emergência sanitária.
Por isso queremos fazer uma convocação aos professores e professoras do IFRS que atuam em Alvorada, Canoas, Osório, Porto Alegre, Restinga, Rolante e Viamão. Venham construir com o ANDES-SN e com as entidades representativas de técnico-administrativos em educação e de estudantes uma forte mobilização em 2022. Em defesa da educação pública e pela imediata recomposição do orçamento das instituições federais de ensino.
Venha lutar em um sindicato classista e com mais de 70 mil sindicalizados e sindicalizadas em todo Brasil. Venha para o ANDES Sindicato Nacional e ajude a construir uma organização sindical com 40 anos de lutas.
Sindicalize-se online aqui. Sindicato é pra lutar, não para assistir!