Comunicado oficial do Comando de Greve do IFRS
Segue comunicado oficial do Comando de Mobilização e Greve do SINDOIF, Seção do ANDES-SN, acerca do início do movimento paredista no IFRS.
Porto Alegre/RS, 25 de maio de 2022
O Comando de Mobilização e Greve do ANDES-SN no IFRS manifesta-se em relação ao processo de deflagração e construção da greve de professoras e professores.
É inconteste na Constituição Federal o direito à greve, inclusive para integrantes do serviço público. Vivemos um momento crítico no país e são compreensíveis as dúvidas de quem ainda esteja avaliando a possibilidade de ingressar, ou não, na greve. A greve na base docente do IFRS iniciou com muita força nos campi Canoas e Viamão e está em processo de construção nos demais campi da mesorregião metropolitana da capital gaúcha.
Recebemos, com alguma preocupação, recente manifestação indicando que professoras e professores que aderirem à greve não estariam sensíveis ao “esforço de recuperação destes dois anos de pandemia, que trouxeram consequências profundas sobre a educação, sendo marcado pela evasão e retenção escolar, além de um grave déficit de aprendizagem.”
Importante observar que nestes dois anos de pandemia as professoras e os professores do IFRS seguiram com suas atividades laborais, mesmo sem qualquer apoio material ou de infraestrutura para atuar no cenário do ensino remoto. Ainda assim, nunca afirmamos ser responsabilidade do IFRS, ou de seus gestores e suas gestoras, os problemas associados ao período da pandemia. Em nossa opinião a responsabilidade sobre tais problemas cabe exclusivamente ao governo Bolsonaro e a sua política negacionista, de desrespeito à ciência, de descaso com a educação pública e de restrição orçamentária, que atrasou por todos os meios o enfrentamento à pandemia.
Respeitamos profundamente o direito daquelas e daqueles que não desejarem aderir à greve. Pedimos, entretanto, um instante de reflexão para compreender que a construção de uma educação pública, de qualidade, inclusiva e socialmente referenciada também se faz na trincheira da luta.
Conclamamos que cada professor e cada professora dos campi Alvorada, Canoas, Osório, Porto Alegre, Restinga, Rolante e Viamão, avalie a conjuntura e, se assim entender, venha somar forças junto com suas e seus colegas em greve para construir a luta em defesa da educação e do serviço público.
Uma luta que permita recompor o orçamento das Instituições Federais de Ensino, em especial nos recursos da assistência estudantil – principal mecanismo para deter a evasão e garantir a inclusão. Uma luta para barrar propostas de privatização e de ataques à educação, contidas em diferentes projetos, tais como o “novo” ensino médio, as escolas cívico-militares, o pagamento de mensalidades em universidades e institutos federais e a educação domiciliar.
Defender a educação pública! Essa é nossa escolha para o Brasil.
Agora é greve!
Comando de Mobilização e Greve do SINDOIF – Seção do ANDES Sindicato Nacional