Bolsonaro cortou R$ 2,28 milhões do orçamento do IFRS
O MEC informou em 9 de junho um corte linear de 3,6% do orçamento em todas as instituições federais de ensino do país e o respectivo remanejamento dos valores para outros órgãos. No IFRS o corte retirou 2,28 milhões de reais do orçamento discricionário.
O corte deverá comprometer recursos previstos para obras já contratadas e para a assistência estudantil no IFRS, segundo o Reitor da instituição, Prof. Júlio Heck. O MEC apontou que 3,6% do orçamento de universidades, institutos federais e CEFET serão remanejados para o pagamento de despesas obrigatórias de outros órgãos. Na prática, significa que esse percentual será de fato cortado e retirado da conta – diferentemente dos recursos bloqueados, que ainda aparecem na conta das IFE, embora não possam ser utilizados no momento.
Além dos recursos cortados em definitivo existe um montante que foi bloqueado e que, talvez, venha ser liberado até o final do ano. Se o valor bloqueado vier a ser cortado, a tesourada no orçamento discricionário do IFRS poderá superar 4,5 milhões de reais apenas neste ano.
Na quarta-feira, 15 de junho, a Reitora do IFB, Profª Luciana Massukado, participou de audiência pública na Câmara dos Deputados sobre os cortes no orçamento da educação federal, representando o Conif. Na oportunidade, Massukado informou aos deputados e deputadas que o corte na Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica atingiu o montante de 92 milhões de reais e chamou atenção, ainda, para o impacto do bloqueio e corte no orçamento das instituições, ao ressaltar o quanto essa ação prejudica as políticas de assistência estudantil e a aquisição de insumos para manter projetos de extensão e de pesquisa. “Esse é um valor que a gente não acessa. É um corte sim, pois o bloqueio atinge o agora. Hoje eu deixo de investir em melhorias de infraestrutura e de atender mais estudantes com auxilio estudantil, por exemplo. O que se deixou de fazer hoje, não se recupera”, completou Luciana.
Em outra audiência pública ocorrida no Auditório Nereu Ramos do Congresso Nacional, em 14 de junho durante o Ocupa Brasília, o presidente em exercício do ANDES-SN, Prof. Milton Pinheiro, representou a entidade e falou sobre o impacto dos cortes na educação federal. “Muitas de nossas instituições federais não chegarão a setembro, do ponto de vista do seu funcionamento, em virtude das atitudes criminosas do governo Bolsonaro e de seus apoiadores no Congresso Nacional. Além disso, precisamos nos preocupar com o acesso e permanência dos estudantes, em especial dos cotistas que, diante desses cortes, são aqueles que serão mais atingidos por esse sistema de ataques à educação e ao povo brasileiro”, ressaltou Milton Pinheiro.
Nas atividades da greve docente no IFRS as professoras e os professores tem buscado dialogar com estudantes e com a comunidade externa para mostrar o impacto destes cortes na nossa instituição e na educação federal. Participe e construa a luta unificada e a greve na educação.
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