Seminário EPT: Frigotto defende Institutos Federais como conquista de toda sociedade

Por sindoif

“Os Institutos Federais são conquistas de toda a sociedade” e “uma das políticas públicas mais abrangentes do século”. Foram com essas palavras que Gaudêncio Frigotto caracterizou a Rede Federal de Educação Básica, Técnica e Tecnológica, em palestra proferida no Seminário de Educação Profissional e Tecnológica, realizado pelo Sintietfal, no dia 17 de maio.

Após fazer um resgate da história educacional e dos governos do século XX e XXI no Brasil, Frigotto disse que a educação, em especial a profissionalizante, está ameaçada pelos ataques do governo e por projetos de lei, como a reforma do Ensino Médio, a Emenda Constitucional nº 95 e o “Escola sem-partido”.

“Sem dúvida, os mentores da Reforma do Ensino Médio têm como meta estrangular os institutos federais e os ensinos médios integrados”, assegurou o professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Frigotto classificou a Emenda Constitucional 95 como “uma guerra contra todo o fundo público”. “O capital hoje tem como foco subtrair direitos que foram colocados como direitos públicos. O que significa 20 anos sem nenhum investimento a mais no serviço público? Significa que todo serviço público estará inato e morrerá sorrateiramente”, analisou.

Prosseguindo o raciocínio, discutiu sobre o movimento conservador que pretende amordaçar a educação de forma geral. “O que o ‘todos pela educação’ e o ‘escola sem-partido’ querem é não permitir o pensamento crítico. Leia o enunciado do ‘Escola sem-partido’ e veja as suas teses: professor ensina o que está prescrito; ensinar, mas nunca educar; escola regida pela lei do consumidor; professor como inimigo perigoso; delação como estratégia; Pedagogia do Medo, Pedagogia da Coação; aluno como propriedade dos pais”, enumerou.

Para o especialista em educação, é necessária a defesa de uma escola democrática para enfrentar a Pedagogia do Silêncio. “O antídoto para o ‘Escola sem-partido’ é defender uma escola democrática. O que é uma escola democrática? aquela que te deixa pensar. Não há democracia onde há censura. Segundo, uma escola democrática tem que dar acesso ao conhecimento, ao patrimônio de valores, de conhecimento, de arte, de cultura, estética, do bem-viver a todos, de forma não equânime, mas justa. Não existe democracia se a escola não é para todos e não é de qualidade. O antídoto à ‘Escola sem-partido’ é, sem dúvida, o direito à liberdade de expressão, o direito ao direito”

Concluindo sua palestra, Figotto defendeu a unidade da classe trabalhadora contra a política do medo e da intolerância. “Isoladamente, nós vamos ter medo. Não podemos pensar que esse golpe prospere. Temos que fazer política com ‘p’ maiúsculo, não temos que calar, temos que expor nossas ideias e debater com nossos alunos”.

“Nós temos a convicção que temos que fazer uma autocrítica muito sincera entre nós para agregar muita gente para que a gente não tenha medo. Nós temos que ver o sinal do tempo, que é um tempo regressivo, mas não eterno. Florestan Fernandes diz que a história não se abre e fecha por si, são os homens e mulheres que lutam e em conflito, que abrem e fecham o ciclo da história. Aqui estão fechando mais uma vez, mas não será eterna”, concluiu.

Assista AQUI a palestra na integra 

fonte: http://www.sintietfal.org.br

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