Estudante egressa do IFRS conquista prêmio nos EUA

Por sindoif

A aluna egressa do Campus Osório, Juliana Davoglio Estradioto, conquistou o 1º lugar em Ciência dos Materiais na maior Feira de Ciências do mundo – Intel International Science and Engineering Fair (Isef). 

A premiação foi anunciada nesta sexta-feira, 17 de maio de 2019, durante o evento, que ocorreu de 12 a 17 de maio em Phoenix, Estados Unidos. A feira contou com a participação de mais de 1.800 estudantes de ensino médio de 80 países.

Juliana é egressa do Campus Osório do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) e apresentou uma pesquisa sobre o aproveitamento da casca da noz macadâmia para confeccionar uma membrana biodegradável, que pode ser utilizada em curativos de pele ou em embalagens, substituindo o material sintético. Além de ecologicamente correta, a membrana tem um custo mais baixo do que o material sintético, sendo também mais econômica.

O trabalho foi desenvolvido enquanto Juliana era aluna do curso Técnico de Administração Integrado ao Ensino Médio do Campus Osório do IFRS, tendo orientação da professora Flávia Twardowski e coorientação do professor Thiago Maduro.

O credenciamento para participar da Intel foi conquistado durante a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), realizada em março de 2019, na Universidade de São Paulo (USP). Na ocasião, o projeto de Juliana conquistou o 1º lugar em Ciências Agrárias, o 2° lugar no Prêmio Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular e também o Prêmio Destaque Unidades da Federação como melhor trabalho do Rio Grande do Sul. O título da pesquisa é “Catchpooh: Aproveitamento de Resíduos para Biossíntese de Celulose e Confecção de Embalagem”.

No ano de 2018, Juliana recebeu o prêmio de Jovem Cientista na categoria Ensino Médio, com o projeto “Desenvolvimento de um filme plástico biodegradável a partir do resíduo agroindustrial do maracujá”, também desenvolvido no Campus Osório do IFRS. Essa foi a terceira vez que a estudante participou da Intel e o trabalho dela foi o sétimo trabalho coordenado pela professora Flávia Twardowski que participa do evento.

Durante a entrega do prêmio em Phoenix, Juliana aproveitou para manifestar, via Instagram, sua inconformidade com a maneira como o atual governo trata a educação pública e as Instituições Federais de Ensino. Segurando um cartaz com os dizeres “A balbúrdia que eu faço no IF: vir para a maior feira de ciências pré-universitária do mundo três vezes“, Juliana Davoglio Estradioto se somou aos importantes atos e manifestações contra o desmanche na educação ocorridos ao longo desta semana.

Saiba mais sobre o projeto

O consumo da noz macadâmia e o uso em produtos cosméticos e de higiene está em crescimento nos mercados brasileiro e internacional. No entanto, o processamento da noz gera 75% de resíduos, que acabam indo para os aterros sanitários orgânico ou são queimados para produção de energia. Já os polímeros sintéticos (como plásticos e borrachas) não são biodegradáveis e nem sempre são recicláveis.

Juliana transformou a casca da noz macadâmia em farinha. Essa farinha, em meio de cultivo com outros nutrientes, serviu de alimento para microorganismos, os quais produziram as membranas. Essas são compostas de celulose e possuem características (como flexibilidade e resistência) que permitem a utilização em curativos para pele queimada ou para machucado. Outro uso possível é na elaboração de embalagens para o recolhimento de fezes de cachorro, em substituição ao plástico.

Assista aqui o vídeo da apresentação do projeto de Juliana Estradioto na Febrace.

Fonte: Portal IFRS.

 

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