Bolsonaristas arrancam faixa em defesa da educação
A manifestação a favor do governo de Jair Bolsonaro (PSL) no domingo, 26, em Curitiba, teve tumulto e violência na Praça Santos Andrade, depois que partidários do presidente decidiram tirar uma faixa em favor da educação da fachada da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O protesto no centro da capital paranaense tinha como pauta, supostamente, a defesa da reforma da Previdência e de outras medidas propostas pelo atual governo. No entanto, tratou-se também de uma demonstração de força depois dos atos em favor das universidades e dos institutos federais, ocorridos em 15 de maio.
A faixa com o texto “Em Defesa da Educação” foi colocada por alunos da universidade depois que o Ministério da Educação anunciou o corte de 30% do orçamento da instituição federal. O bloqueio das verbas deve levar à interrupção das atividades da UFPR em agosto, segundo a Reitoria, já que não há dinheiro para levar adiante o ano letivo.
Os manifestantes arrancaram a faixa – o que causou indignação em pessoas que são contrárias ao corte de verbas das universidades. Um grupo entrou no meio da manifestação para tentar recuperar a faixa, e aí começou o tumulto, com empurra-empurra e gritaria.
Durante a confusão, alguém em cima de um caminhão de som disse que a repórter fotográfica do Portal Plural que estava trabalhando no local, Giorgia Prates, era “de esquerda”. Imediatamente, os Bolsonaristas começaram a empurrá-la e a agredi-la fisicamente. A repórter fotográfica teve de sair da praça às pressas.
Outro repórter fotográfico, Hedeson Alves, da Gazeta do Povo, também foi agredido no mesmo momento, com um soco nas costas. Para sair, precisou da ajuda de policiais militares. Também Franklin Freitas, reporter fotográfico do jornal Bem Paraná, foi agredido. O Sindicato dos Jornalistas do PR emitiu nota sobre o tema.
Um aluno do curso de jornalismo da UFPR que cobria o evento também foi agredido. Segundo o professor Mário Messagi Jr., da UFPR, o estudante Hiago Rizzi Zanolla estava em uma atividade para o curso quando foi apontado pelo pessoal do caminhão de som como um dos alvos.
“Os manifestantes que estavam nas ruas são o lado mais violento, regressivo, antidemocrático e ignorante dos eleitores de Bolsonaro”, afirmou o professor.
Pesquisadores que estavam no evento, aplicando questionários para um estudo de Ciências Sociais, também disseram ter sido agredidos verbalmente, tendo de encerrar o estudo por “falta de clima”.
Fonte: Plural
Veja a seguir o vídeo em que um Bolsonarista “justifica” a vandalização da faixa com os dizeres “Em Defesa da Educação”, alegando que a faixa era “manifestação ideológica”.