Bolsonaro defendeu invasão de neonazistas nos EUA
O presidente brasileiro apoiou e justificou, para a surpresa de ninguém, a invasão da extrema-direita ao Congresso norte-americano ocorrida em 6 de janeiro. E no dia seguinte declarou que o Brasil poderá viver agressão semelhante em 2022. Leia detalhes.
Partidários de Donald Trump invadiram o Congresso dos Estados Unidos, nesta quarta, 6, incitados pelo próprio presidente norte-americano.
A ação que pretendia impedir a confirmação da derrota eleitoral de Trump teve como resultado 4 mortos e inúmeros feridos e recebeu o repúdio de chefes de estado de diversas partes do planeta. Uma rara exceção foi o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro.
Bolsonaro afirmou ter acompanhado as cenas da invasão do Capitólio dos Estados Unidos por manifestantes pró-Trump, e reiterou, novamente sem apresentar evidências, que houve “muita denúncia de fraude” na corrida eleitoral na qual o atual presidente norte-americano foi derrotado.
Instado por uma apoiadora a comentar os fatos deste 6 de janeiro em Washington, Bolsonaro afirmou: “Eu acompanhei tudo hoje. Vocês sabem que eu sou ligado ao Trump, né? Então vocês já sabem qual a minha resposta“.
“Agora, muita denúncia de fraude, muita denúncia de fraude. Eu falei isso tempo atrás e a imprensa falou: sem provas, o presidente Bolsonaro falou que Trump foi fraudado nas eleições americanas“, acrescentou Bolsonaro, em vídeo veiculado em uma rede social.
Simbologia
Na invasão justificada por Bolsonaro, muitas foram as bandeiras e os símbolos usados pela extrema-direita norte-americana, inclusive com apologia neonazista.
Um sujeito de longa barba, não identificado, usava blusa com mensagem que remetia ao campo de concentração de Auschwitz, um dos mais conhecidos locais utilizados durante o genocídio cometido pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial.
A blusa do apoiador de Trump dizia “Acampamento Auschwitz” e era adornado pelo desenho de uma caveira, além de trazer, abaixo, a frase “o trabalho liberta”, lema dos letreiros colocados na entrada dos campos de concentração nazistas.
Auschwitz foi uma rede de campos de concentração localizados no sul da Polônia, maior símbolo do Holocausto perpetrado pelo nazismo durante a Segunda Guerra Mundial.
Em 27 de janeiro de 1945 os campos foram libertados pelas tropas soviéticas. Esta data é comemorada mundialmente como o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, assim designado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, resolução aprovada em 1º de novembro de 2005, durante a 42º sessão plenária da Organização.
Bolsonaro faz novas ameaças
No dia seguinte a invasão do Congresso americano, Bolsonaro disse que a falta de confiança nas eleições levou a “este problema que está acontecendo lá” e que no Brasil, se tivermos voto eletrônico em 2022, “vai ser a mesma coisa” ou “vamos ter problema pior que nos Estados Unidos“.
“Se nós não tivermos o voto impresso em 2022, uma maneira de auditar o voto, nós vamos ter problema pior que nos Estados Unidos“, disse o presidente.
Não é admissível que um presidente brasileiro justifique a apoie este tipo de agressão à democracia. E muito menos que declare, impunemente, que tentará um golpe de estado daqui há 2 anos. Precisamos lutar para que Bolsonaro saia antes de 2022. Fora Bolsonaro!! Fora Mourão!!